Quando você pensa que já viu de tudo, eis que surge uma
notícia que nos surpreende, informando que algumas empresas rejeitaram o
lançamento do Blu-ray do premiado filme Azul é a Cor Mais Quente no Brasil. Mas
por quê? Você pode estar se perguntando, bom, isso eu também ainda não entendi.
Segundo a Imovision, a empresa brasileira SONOPRESS
(hoje batizada de Rimo Entertainment),
que replica seus títulos em Blu-ray, se recusou e ainda alegou que nenhuma
outra empresa brasileira faria o serviço.
A SONY DADC
também se recusou a fazer a produção do filme por considerá-lo inadequado
devido às cenas de sexo. Mas calma, o mesmo foi classificado como inadequado
para menores de 18 anos? Já que é assim, centenas de outros também não podem
chegar ao mercado brasileiro, pois apresentam as mesmas características.
Desculpa difícil de engolir, não é mesmo?
VAMOS TENTAR
ENTENDER
Na noite da segunda, a página oficial do filme noFacebook publicou um texto denunciando a recusa, que aconteceu "devido ao
seu conteúdo", um relacionamento amoroso entre duas mulheres. "Ainda estamos batalhando para
reverter essa situação, mas não conseguimos acreditar que tratariam dessa forma
a história de amor mais linda de 2013, vencedora da Palma de Ouro no Festival
de Cannes e diversos outros prêmios. O que vocês acham disso?", diz a
mensagem.
Na internet, após a divulgação, começaram as especulações,
houve, inclusive, quem levantasse a hipótese de homofobia e falasse em motivos
religiosos. Procurada pelo jornal O GLOBO a SONY DADC não retornou as ligações para explicar a razão e falar
sobre o caso. Já o departamento jurídico da SONOPRESS (Rimo
Entertainment) confirmou o relato da Imovision, mas explicou que suas
razões estão relacionadas a contratos internacionais mantidos pela empresa com
companhias como Microsoft e Walt Disney, que exigiriam esse tipo de limitação.
Contudo, a explicação da SONOPRESS (Rimo
Entertainment) é facilmente desmentida com uma simples pesquisa a própria empresa
já produziu no Brasil o DVD e o blu-ray de filmes como “Pulp Fiction - Tempo de
violência”, de Quentin Tarantino, que tem a mesma classificação indicativa de
“Azul é a cor mais quente” ou seja 18 anos e é famoso pelo nível excessivo de
violência, inclusive com uma cena de estupro entre homens. A diferença, de
acordo com a empresa, seria mesmo o “sexo explícito”.
SEXO EXPLICITO?
As cenas explícitas de “Azul é a cor mais quente”
acontecem entre as duas atrizes, apenas com o contato entre os corpos. Também
não há closes nos órgãos genitais. Mas essa justificativa alegada pela empresa também
é uma MENTIRA. Isso porque a própria, SONOPRESS (Rimo Entertainment) nos
informa o site Omelete é a responsavel por replicar um outro filme com cenas de sexo
explícito, trata-se de Ninfomaníaca, que deve sair normalmente em Blu-ray no
Brasil. E Ninfomaniaca é mil vezes mais pesado do que Azul. Então qual seria o
real motivo?
O filme é uma adaptação da história em quadrinhos
homônima, escrita e desenhada por Julie Maroh, "Azul é a cor mais
quente" retrata as mudanças na vida da garota Adèle (Adèle Exarchopoulos),
que, aos 15 anos, conhece Emma (Léa Seydoux), uma jovem de cabelos azuis por
quem se apaixona. O filme tem sido um sucesso por onde passa: fora a Palma de
Ouro, recebeu 42 prêmios ao redor do mundo. A produção também foi indicada ao
Globo de Ouro e ao Bafta de filme estrangeiro.
Durante visita ao Brasil para o lançamento do filme, o
diretor franco-tunisiano Abdellatif Kechiche disse que o longa é "uma
história de amor" antes de ser "uma história de amor entre duas
mulheres" e ele tem razão o filme é uma historia de amor nada mais do que
uma bela historia de amor.
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