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Ted não vai ser proibido no Brasil. Tá tudo bem agora… Será Mesmo?.

Na ultima terça feira (25), publicamos aqui no blog texto do jornalista Bruno Ondei resumindo bem toda essa pataquada criada pelo deputado Protógenes Queiroz, ao querer proibir a exibição de Ted nos cinemas: “Não leve seu filho para ver filmes que não são para a idade dele. Fim.”

Muito mais absurda que a ideia de querer proibir um filme de ser exibido, é querer fazê-lo depois de levar seu filho de apenas 11 anos para assistir a um filme que, de acordo com o Diário Oficial da União, não é “recomendado para menores de 16 anos”, por conter “drogas, conteúdo sexual e linguagem imprópria”.


Ou seja: ele reclama de algo que todo mundo já sabe e que, como demonstra essa foto que a Panicat Renata Molinaro publicou em seu Instagram, é inclusive usado como publicidade para o filme. Uma publicidade bem grande, aliás.

Como se não bastasse, o deputado parece estar criando uma panela de “boas pessoas”, compostas por jornalistas e pessoas que não discordam dele, como mostra seu twitter. Aparentemente, a coisa de se discutir, um dos princípios básicos da política, não faz parte do vocabulário, ou de suas ideias. Não há uma resposta a quem discorde dele, apenas uns poucos “obrigados” e retuites de quem demonstra estar do seu lado.

Eu tenho a impressão de que a enorme maioria dos que são eleitos pelo povo, antes de fazer quaisquer coisas por eles, aproveitam sua autoridade e, em muitos casos, imunidade, pra fazer com que a suas próprias ideias tenham algum tipo de relevância. Um deputado ficar ofendido com um filme e querer sua proibição é exatamente a mesma coisa que um deputado ser contra o aborto por conta de sua religião. Num estado democrático, laico, as duas coisas são igualmente erradas.

O bom disso tudo, pelo menos, é que não há a possibilidade de o filme ser proibido. Em entrevista ao UOL Entretenimento, Davi Ulisses Brasil Simões Pires, responsável pelo Departamento de Classificação do Ministério da Justiça, disse  “a Constituição Federal de 1988 acabou com a censura e criou a classificação para efeito indicativo. Não existe previsão na Lei ou na Constituição para a proibição administrativa de uma obra (seja qual for sua temática).”

Em outras palavras: VOCÊ é responsável pelo que VOCÊ assiste. Ou, nesse caso específico, VOCÊ é responsável pelo que você e o SEU FILHO assistem.

Aliás, uma campanha criada pelo Ministério da Justiça em Março desse ano, batia na tecla “tem coisas que seu filho não está preparado pra ver”. Segundo o site do Ministério, a campanha serve “para alertar os pais sobre a influência que as obras audiovisuais podem ter na formação de crianças e informá-los sobre a classificação indicativa como uma forma de selecionar os programas aos quais os filhos assistem”.

Como que pode um DEPUTADO ignorar isso? Fingir que não existe, esquecer?! E aí eu chego num outro ponto importante. :D

Hoje, o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, reafirmou que “não cabe ao ministério censurar nada”. “Mesmo se a nossa legislação permitisse a censura, nós seríamos contrários a isso”, disse, em entrevista à Folha de S. Paulo.

“Se alguém avaliar a faixa etária indicada está em desacordo, essa pessoa pode representar no Ministério da Justiça e nós avaliaremos o pleito”. Isso significa que se eu ou você acharmos que o filme deveria ter uma classificação indicativa maior, é só entrar com uma representação — algo que o deputado Protógenes Queiroz poderia fazer, legitimamente, mas não o fez até agora.

Fica a dúvida: o que ele usaria como argumento? “Fui com meu filho de 11 anos e achei um absurdo a classificação indicativa de 16 anos”?

E eu só não fico com medo do que ele pode fazer com os videogames porque, obviamente, o pequeno Juan jamais chegaria perto desses enlatados americanos.

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