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Opinião: Lana Del Rey, Ellie Goulding, Marina And The Diamonds, as coringas do pop

Os anos de 1985 e 1986 deram luz a três mulheres que se tornariam artistas que mudariam o pop mainstream 25 anos depois. Dentre grandes estratégias de marketing, músicas de mesma estrutura, vozes robóticas e videoclipes coreográficos, Lana Del Rey, Ellie Goulding e Marina And The Diamonds surgiram para balançar o mercado. Cantoras que não chegaram à proporção fenomenal da britânica Adele, mas que incomodam muitos jogadores da indústria cujos investimentos são infinitamente superiores.

Lana Del Rey

Lana Del Rey, um dia Lizzy Grant, é a maior prova que um artista ainda pode se renovar completamente no mercado. E não estou falando numa simples troca de nomes como o rapper Puff Daddy, que virou P Diddy, e depois Diddy Dirty Money – estou falando de uma completa transformação de estilo, gênero e personalidade. Elizabeth Grant se tornou Lana Del Rey não porque o mercado precisava de mais uma cantora de voz macia e beleza vintage. Lana Del Rey *criou* um mercado aparentemente apagado na indústria da música, apostando num estilo ‘Americana’ dos anos 1950. O vídeo de seu single “National Anthem”, inclusive, tratou do assassinato em 1963 do presidente americano John F. Kennedy, e seu relacionamento com a família e Marilyn Monroe. Com um estilo tão diferente e proposta original, seu álbum ‘de estreia’, “Born To Die”, criou fuxico na indústria musical antes mesmo de ser lançado. O público indie usou a internet para celebrar a artista do revolucionário vídeo do single “Video Games”, que tornou Lana Del Rey o grande centro das atenções.


Marina And The Diamonds


Marina Diamandis, ou Marina And The Diamonds, estreou em 2010 com o álbum “The Family Jewels”. Em Abril deste ano, lançou o novo “Electra Heart”. Sem grande presença nos rankings da Billboard ainda, Marina tem ganho espaço considerável nas rádios americanas com “Primadonna” e “How To Be A Heartbreaker”. A jornada de “Electra Heart”, porém, começou há muito tempo com os vídeos de Marina das faixas “Fear And Loathing”, onde aparece cortando o próprio cabelo, e “Radioactive”, que trata do fim de seu mais recente relacionamento. Meses depois, ainda em 2011, um terceiro vídeo – de título “The Archetypes” – surgiu. Foi um curta-metragem que inclusive vazou o nome de várias outras músicas do álbum que estava próximo de ser lançado. A estratégia foi acompanhada de perto por vários marqueteiros. Barata, criativa e interativa, a experiência aproximou Marina And The Diamonds dos fãs, e tornou 2011 um ano mais relevante para a cantora do que simplesmente uma “transição” de um álbum para o outro. Após o lançamento do álbum “Electra Heart”, o portal Entertainment Weekly argumentou que Marina “rivaliza Katy Perry pelos hooks chiclete, comanda o jeitinho Gwen Stefani de ser, e chega muito perto dos vocais de Florence Welch”.


Ellie Goulding


O single “Lights” de Ellie Goulding ocupa atualmente a posição #5 do mais disputado ranking de música do planeta, o Hot 100 da Billboard. “Lights” vem do álbum de mesmo nome, que foi lançado *há dois anos*. Conforme foi citado por meu colega de coluna no POPLine – Alex, no Termômetro – “Lights” foi o single que a gravadora escolheu para lançar a cantora internacionalmente. Mas mesmo com todas as boas intenções, quem poderia adivinhar que uma música de dois anos de idade chegaria tão longe? Ellie Goulding, assim como Marina And The Diamonds, apostam num eletropop leve que dá muita evidência aos seus ótimos vocais. Ellie Goulding já havia inclusive colaborado com Skrillex, o maior nome do dubstep atual, em seu EP de 2011, “Bangarang”. Apesar de ter mais reconhecimento no Reino Unido, Ellie só agora está conquistando o mundo ao redor do UK. Assim como Lana Del Rey e Marina And The Diamonds, ela traz uma proposta diferente ao cenário musical, que destoa dos hits previsíveis que alagam o rádio.


Lana Del Rey, Ellie Goulding e Marina And The Diamonds representam uma quebra no Be-a-Bá da música internacional. Assim como a quebra do padrão Timbaland que dominou 2006, e padrão David Guetta que reinou em 2009, estas três artistas representam a luz no fim do túnel no pop para quem quer fugir do domínio sonoro de Pitbull, Flo Rida, Katy Perry e Nicki Minaj. A arte é subjetiva, e nunca pode ser necessariamente considerada superior ou inferior à qualquer outra coisa, mas a diversidade de gêneros e estilos é sempre importante.

Texto de Bernardo Sim

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