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Antes tarde do que nunca: assistimos Saturday Night Live Brasil, veja o que achamos?

Vamos combinar uma coisa? O Brasileiro, que consome basicamente TV aberta, que esta fazendo com que séries e filmes estejam sendo cada vez mais dublados na TV paga e que fez com que o Saturday Night Live Brasil falhasse na audiência, o mesmo programa de TV dominou todos os índices de audiência na internet, conhecidos como “trending topics”, não conhece o SNL original como, provavelmente, eu e você conhecemos;  Alias se você não conhece deveria conhecer o programa é um dos melhores programas de humor de todos os tempos, Hoje o tipo de humor que o publico de TV aberta gosta, entende e acha legal, infelizmente é o humor Zorra Total, de bordão, algo que é mais do que enraizado na cultura desse país.
Foto: Divulgação/RedeTV

A missão de Rafinha Bastos nessa nova empreitada na RedeTV! era arriscada por definição. Mas, ao mesmo tempo, uma oportunidade de se impor como algo diferente na TV Brasileira. O Brasileiro em sua maioria pode não conhecer esse formato, esse humor, essa coisa toda que envolve o grande SNL mas, também, não teria problema nenhum em ser apresentado a ele. O primeiro episódio, foi bom, poderia sim ter sido melhor. O segundo, também. Encontrei  e enumerei diversos problemas mas me deu a sensação clara de que se o programa não tivesse surgido como uma resposta da RedeTV! ao Pânico e fosse colocado na grade da emissora aos sábados, à noite, poderia dar muito certo.
Baseado nos dois primeiros episódios, era algo que eu, sinceramente, pararia pra assistir num sábado a noite. E aí eu quero citar o primeiro de todos os problemas desse programa… O nome. Sei que é um formato fechado, que quando os donos da RedeTV compraram os direitos, na Endemol provavelmente ouviu que não poderia mudar o nome, só o dia em que é exibido… Mas, não dá pra comprar a ideia de algo bom se começa assim. Se é a primeira coisa que acontece. Eu até aceito o “Ao vivo, de Osasco!”, mas não consigo engolir o “Saturday Night Live” que vem em seguida.
Talvez fosse o caso de o próprio elenco, no programa ou mesmo nas redes sociais, fazer piadas com isso mas, pelo que eu tenho acompanhando, o pessoal evita entrar nesse mérito. No máximo um “é, fazer o que?”, enquanto sobre salários atrasados da emissora! os caras falam o tempo todo. É uma maneira de derrubar qualquer muro, qualquer problema, qualquer pedra que se tenha na mão pra atacar no programa. E essa decisão, não sei se oficial ou por conta de pura resignação, acaba piorando a situação.
Aí chegamos ao segundo episódio e, logo de cara, o segundo problema… Convidados. Na minha opinião, a base do SNL original claro além dos humoristas geniais é o convidado. O ator, cantor, atleta, celebridade, seja lá o que for, que participa do programa ao lado dos comediantes que lá estão, interpretando textos escritos pelos geniais roteiristas contratados.
No primeiro episódio, o “convidado” foi Rafinha Bastos. No segundo, foi Fernanda Young, que, apesar de não ter feito nada de muito legal, além de ficar de sutiã, rendeu algumas risadas ao esquecer texto ou, ela mesma, não aguentar o riso. No terceiro, seria o Popó, seria, se ele não tivesse cancelado na última hora, fazendo com que o programa fosse 100% feito pelo elenco.
Um elenco que vale ressaltar tem gente boa, gente ruim e gente bem mais ou menos, mas que, assim como o formato, não são de conhecimento de grande parte do público Brasileiro. Se faz necessário ter alguma pessoa mais famosa pra participar, brincar, rir, fazer rir e ser motivo de riso. O Popó poderia ter sido legal, mas faltou  e, novamente, coloca em cheque a qualidade do programa. Se bem que qualidade nem é a palavra mais correta… Nem mesmo credibilidade. Mas talvez seja um misto dos dois… Qualidade e credibilidade.
Um exemplo? O Pânico, na rádio. Se não tivesse convidados todos os dias da semana, não seria o que é hoje e, quando por acaso alguém resolvesse dar o cano por qualquer motivo, não seria problema nenhum. Claro que num programa de TV talvez fosse o caso de exigir, quem sabe, um contrato assinado, pra evitar este tipo de problema. Porque não dá pra adiar, não dá pra cancelar… É ruim para o programa, pro convidado, especialmente nesse início em que um precisa mais do outro do que o outro de um. Outro exemplo é o Agora é Tarde, do Danilo Gentilli, que não tinha convidados no início,  tendo de apelar pra amizades pra conseguir ter alguém de peso lá dentro, o que acabou dando certo. Depois disso, o terceiro episódio foi um desastre. De verdade, foi difícil de acompanhá-lo sem mudar de canal,  confesso que mudei algumas vezes. A RedeTV! ainda inventou uma tal de “palavra chave”, pro pessoal twittar, ganhar pontos e destravar vídeos de bastidores e outras porcarias. A frase era SNL Brasil; Nos trending topics, só “RestartNoSnl” figurava.
Alias, diferente do segundo episódio o musical ficou restrito apenas ao encerramento, não que fizesse falta neste caso até por que restart não esta na minha lista de bandas favoritas, mas no segundo episodio o programa me pareceu mais com o original o terceiro por sua vez foi uma bagunça só e um festival de Weekend Update que sinceramente cansou.
Como programa de TV, o SNL Brasil não tem valor nenhum de produção. E, ao contrário de programas como Hermes & Renato por exemplo, que transformavam a tosqueira dos seus cenários e objetos em algo de muito valor, as telas verdes usadas e papeis colados em corredores da emissora pra fingir que se tratava de qualquer outro lugar depoem contra o programa. Não tem dinheiro, eu imagino… Mas então precisa fazer o melhor com o que se tem — não o que dá. Não parecer algo que qualquer um poderia fazer com uma câmera dentro de casa é um primeiro passo. Nas externas fica tudo legal, mas o que é feito em estúdio principalmente algumas coisas ao vivo, deixam aquele ar de pobreza de produção.
No segundo episódio, que eu assisti e gostei, acreditei que aquele tom de humor seria o ideal pra fazer o programa funcionar. O tom, o tipo, tudo. Do Weekend Update à maioria das sketches, apesar de sentir falta de convidado, no programa original o convidado participa das sketches gravadas e ao vivo, isso se deve ao fato do artista em questão passar praticamente a semana com a equipe, ora se os atores e atrizes de Hollywood podem tirar uns dias nas suas apertadas agendas para participar do programa no Brasil também se poderia fazer algo parecido ou então que a maioria das sketches fossem ao vivo, no segundo episodio funcionou bem.
Mas o terceiro episódio em que foi preciso criar coisas mais do nada, sem muito ensaio com o cano que o Popó deu, tive a certeza de que as coisas não estão muito bem na base, com piadinhas sobre machos-gays, em que a real graça, na teoria, eram os atores se pegando, piada com Corinthians, que nem exatamente foi sobre ser maloqueiro, ladrão, e etcetera, piada com Restart, que nem usa mais roupa colorida. Apostaram demais no básico. Só que, bom, pra esse tipo de coisa já existe A Praça é Nossa, o Zorra Total… O SNL não?
Enfim minha opinião é que o Saturday Night Live Brasil tem muitos, problemas muito mais como programa de TV do que como qualquer outra coisa. A maioria dos problemas é mesmo responsabilidade de quem o produz, mas quem o escreve também tem a sua culpa. Talvez contratar roteiristas mais experientes, ou até mesmo alguém que coordenasse tudo um roteirista mais experiente que desse a palavra final como nos EUA onde o programa é produzido pelo seu criador, o lendário Lorne Michaels. Mas acho que, no fim, falta mesmo alguém que queira fazer algo à altura do SNL original, e não aproveitar o espaço na TV pra vender o seu show de stand-up.
E para terminar uma dica se você ainda não conhece o SNL original ele é exibido toda a madrugada de sábado para domingo a 1 da manhã no canal Sony, com legendas, infelizmente o canal não dá ao programa o devido valor e o exibe muito tarde e sem nenhuma reprise, mas ainda sim vale a pena assistir, eu garanto que é bom alias muito bom.
com informações do site Judão - texto e opinião: Levi Pereira

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