Anteontem poderia ter sido eu! Poderia ser talvez você! Poderia
ser um amigo, um familiar! Qualquer um que estivesse se divertindo naquela
boate sem fazer mal a ninguém. Estaria morto simplesmente por amar alguém do
mesmo sexo. Mas se essa realidade lhe parece muito distante afinal você mora
aqui no Brasil, um LGBT morre a cada 28 horas vitima do mesmo ódio e intolerância
que tirou a vida dos 49 de Orlando.
O blog Quem a Homotransfobia matou hoje? Realiza um
mapeamento das mortes no Brasil: Ontem no mesmo dia em que o mundo se chocava
com a tragédia foram registradas mais DUAS mortes de LGBTs por aqui. Em comum
com a tragédia de lá o fato de terem sido dois crimes de ódio, assim como em
Orlando as vitimas morreram unicamente pelo fato de serem LGBTs. Ao longo desse ano infelizmente muitos outros de
nós morrerão pelo mesmo motivo.
Lá fora campanhas e vigílias tentam agora mostrar o apoio
e de alguma forma ajudar as vitimas e famílias, por aqui também tem luta e
esperança seja pela tragédia de agora ou pela tragédia diária vivida por todos
nós. Que esse ataque terrível não tenha acontecido em vão, que essa dor que nos
atinge agora se transforme em força para que juntos continuemos lutando agora
cada vez mais fortes e unidos.
Enquanto alguns intolerantes comemoram os ataques nas
redes sociais eu encerro esse texto com uma postagem que também veio das redes
e que resume exatamente o que sinto hoje:
“Você pode nos
ferir, nos matar, nos atacar, propor leis para acabar com os nossos direitos.
Você pode nos julgar, nos intimidar, jogar seu medo em nós, você pode nos
censurar, nos ignorar, mas você nunca vai nos parar. Nós somos uma comunidade
de sobreviventes. Nós enfrentamos perseguição nas nossas famílias, nossas
escolas e nossos governos. Nós sobrevivemos ao holocausto e então a uma
epidemia. Nós sempre nos atrevemos a deixar nossos sonhos irem além de nós.
Toda vez que somos derrubados, nós nos levantamos. É o que nós fazemos”,
diz o texto de Steve Malenka postado no Facebook.
E é o que nós continuaremos fazendo!
Escrito por LEVI PEREIRA
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